Com um crescimento de 25% no faturamento, a Adecol, única fabricante brasileira com capital 100% nacional, passou de R$ 127 milhões para R$ 160 milhões, mesmo em meio a uma crise na indústria química brasileira.

Para se ter uma dimensão da grave situação da indústria química, a Abiquim ( Associação Brasileira da Indústria Química) divulgou em seu balanço anual que o Brasil perdeu a posição que ocupava no ranking mundial e passou de 6o para 8o mercado com o faturamento de US$ 111,8 bilhões, sendo ultrapassado por Índia e França. O ranking considera os dados de 2015.

O setor químico brasileiro, no entanto, subiu para a terceira posição no PIB industrial em 2016, estimulado pela queda da indústria automobilística, representando 10,4% de toda a indústria de transformação.

Correspondendo à performance da Adecol, segundo a Abiquim dentre os diversos segmentos que compõem a indústria química, o destaque é o de Produtos Químicos de Uso Industrial, que deverá encerrar 2016 com um faturamento de US$ 54,9 bilhões.

Atuando no mercado de adesivos industriais, a empresa faz parte deste segmento e fornece matéria-prima para mais de 25 segmentos produtivos, que vão desde a indústria automobilística, alimentar, farmacêutica até moveleira, gráfica e eletrônica. “Vimos players fechando linhas de produção, enxugando equipes de atendimento, outros investindo em mercados específicos”, conta Alexandre Segundo, diretor comercial da Adecol.

Apesar do momento de fragilidade, a estratégia adotada pela empresa foi completamente oposta a isso. “Investimos no departamento comercial para conquistar clientes com um atendimento bem personalizado e regionalizado, fizemos parcerias internacionais, estivemos presentes em eventos na Europa e mantivemos a verba do nosso laboratório de desenvolvimento de novos produtos”, explica Segundo. “Foi um ano bem difícil e precisamos de coragem para continuar acelerando mesmo com o cenário turvo e pouco atraente”.

Faturamento Adecol

2014 – R$ 110 milhões

2015 – R$ 127 milhões – crescimento 18,2%

2016 – R$ 160 milhões – crescimento 25%

Faturamento Indústria Química

2014 – U$$ 147 bilhões

2015 – US$ 111,8 bilhões - queda 23,9%

2016 – U$ 113,5 bilhões – crescimento 1,4%

Exportações

O movimento de mirar o mercado externo foi tão grande que a empresa identifica 2016 como o ano de internacionalização da Adecol. “Contratamos representantes em toda a América Latina e montamos uma rede de atendimento e distribuição eficiente, capaz de atender grandes demandas com rapidez, preço competitivo e estrutura de pós venda, o que foi decisivo para a conquista de novos clientes fora do País”, revela Alexandre Segundo.

Investimentos

Os investimentos nas linhas de produção da Adecol contribuíram para a boa performance de fechamento do ano. Líder de mercado no segmento moveleiro, a indústria investiu na estrutura da linha de adesivos à base de água e em melhorias nas linhas de adesivos hotmelt e PUR. “Esses investimentos refletirão em 2017, porque reforçamos 3 linhas importantes para nossa receita total e estamos prontos para começar o ano com capacidade de entrega plena. Hoje podemos dizer que somos a única empresa brasileira que produz adesivos em território nacional e tem um portfólio completo para mais de 25 segmentos diferentes”.

A empresa já ampliou o terreno para crescimento da planta industrial e agora em 2017 as obras estarão a todo vapor para que possa trazer para o Brasil o que há de melhor em tecnologia de adesivos industriais. A Adecol prevê ainda mais investimento no seu departamento comercial, inclusive com contratação de mais funcionários, para manter a qualidade do atendimento ao cliente, atualmente um dos seus principais diferenciais de mercado.

Novamente, a indústria paulista andou na contração do seu setor, que segundo a Abiquim está operando com 80% de sua capacidade. Para a associação antes de investir em novas plantas ou expansões os empresários trabalham para aumentar o índice de operação e ter a garantia de fornecimento de energia elétrica e matéria-prima a preços competitivos por longo prazo.

Expectativas para 2017

Ainda para 2017, o objetivo da Adecol é tomar ações estratégicas pontuais, visando mercado por mercado. “Por sermos fabricante de adesivos, muitas vezes sob medida, podemos estar presentes em diversos segmentos, e isso sempre nos fez com que tivéssemos know how nas mais diferentes aplicações existentes. Por isso, para este ano, decidimos utilizar dessa bagagem que a Adecol possui para explorar todas as oportunidades dos segmentos, agindo pontualmente em cada setor”, completa Kiss.

A ADECOL também contará com laboratórios cada vez mais especializados e capacitados, novo website com conteúdo inédito e segmentado, implementação de novo sistema e outros investimentos na área de tecnologia.