Promover o hábito da leitura em comunidades carentes. Mais; em comunidades conflituosas. Essa vem sendo a experiência que Otávio Júnior, ator e contador de histórias carioca vem compartilhando com moradores dos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, através do projeto “Ler é 10 – Leia Favela”.

            “Queremos, acima   de tudo, democratizar a leitura e dar acesso a livros às   crianças de comunidades de baixa renda”, esclarece Otávio.

            As favelas cariocas são conhecidas pela sua vasta cultura e devido ao samba que coloca a favela da mangueira no noticiário internacional. Também é conhecida pela alegria de seu povo, a favela da Rocinha é um dos expoentes, levando até mesmo turistas estrangeiros para fazerem tour pela comunidade.
             Segundo Otávio, “o espaço na mídia para projetos culturais desconhecidos ainda é pequeno. Há projetos de importante relevância para a cultura carioca e resgate de jovens como: Afroreggae, Cufa, Nós do morro, Observatório de favelas e muitos outros de tamanha importância”, disse.

            Otávio tem, nos últimos anos, contado com o apoio do “braço” da Afeigraf responsável pelo desenvolvimento de ações de responsabilidade social, apoio este que, futuramente, visa trazer o mesmo projeto para as comunidades carentes da capital paulista.

            Segundo conta Otávio, hoje, ver o projeto em andamento é a realização de um sonho. O sonho de “ver crianças de meu bairro e outras comunidades lendo e apreciando literatura. Quando criança, eu descobri o prazer pela leitura por um ‘acaso’, encontrando um livro no lixo. Não desejo que crianças de comunidades de baixa renda descubram a leitura como eu descobri”, explica.

            Sobre a parceria social com a Afeigraf, destaca: “Descobri a Afeigraf através de um anúncio em uma revista de educação, na ocasião estavam divulgando a ExpoPrint   2006. Fiquei interessado em participar da feira de produtos gráficos e surgiu o convite da Afeigraf. Meses depois, iniciou-se uma conversa sobre o apoio da Afeigraf ao projeto, pois tinham o interesse em incentivar a leitura através de responsabilidade social. A parceria firmou-se em agosto de 2007. Em menos de um ano o número de crianças atendidas passou de 2500 para 4500.”

            Hoje, o Projeto “Ler é 10” atua há um ano e meio nas comunidades como Vila Cruzeiro, Grota, Fazendinha, Caracol, entre outras. Também apóia ONGs, associações de moradores que já atuam na comunidade, com atividades lúdicas e educativas para a promoção da leitura, além de fazer suas próprias atividades.

            O Projeto realizou, ainda, um sonho antigo de Otávio: inaugurar o seu primeiro espaço de leitura na comunidade (Parque Proletário da Penha há 200 metros da Vila Cruzeiro). Em 2008 o objetivo do projeto é inaugurar mais cinco espaços e uma biblioteca, sendo eles o “Lanchinho Literário (café literário em comunidades); Cineminha literário (filmes adaptados de livros literários); Espaço de leitura ler é 10 (criação de bibliotecas comunitárias); Maratona de leitura; Pombo-correio literário; Oficina de produção de livretos.

            Para aqueles que enxergam as comunidades cariocas como antros de violência, Otávio fala: “Não sofremos retaliação alguma por parte do crime organizado. Eles não impedem o nosso trabalho, essa é uma questão improvável, pois nossa meta é a inserção da cultura e educação. A receptividade é muito boa, vemos a alegria estampada nos olhares dos pequeninos nas nossas atividades”, disse.

 

            Povo que não lê – Outro preconceito muito associado não somente às comunidades de baixa renda, mas a todo povo brasileiro, é que se trata de um país que não gosta de ler.

            Mas Otávio contesta.

            “Recentemente, foi feita uma pesquisa nacional, Retratos da leitura no Brasil.. O brasileiro lia em média 1,8 livros ao ano e, hoje, lê cerca de 4,7 segundo a pesquisa

(sendo 2 didáticos e obrigado pela escola). Em primeiro lugar, temos que desmistificar que a leitura é chata, cansativa, etc. Não é! O brasileiro gosta de ler, o que falta é incentivo e políticas públicas e por que não, privadas, para a democratização e acesso ao livro. Há várias questões que afastam o brasileiro do livro, como o alto preço, a falta de hábito, o avanço de novas tecnologias etc.Tenho esperanças que esse quadro seja revertido em um curto espaço de tempo.”

 

Mais informações sobre o Projeto Ler é 10 – Leia Favela

www.leredezleiafavela.blogspot.com

 

Sobre a Afeigraf

 A Afeigraf (Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica) é uma associação brasileira que reúne 17 das maiores fabricantes e representantes de soluções gráficas com atuação no país.

Foi oficialmente fundada no dia 26 de março de 2004, em São Paulo e, hoje, congrega as seguintes empresas: Agfa, Alphaprint, Bobst, Comprint, Day Brasil, Gämmerler, Gutenberg, Heidelberg, KBA, MAN Ferrostaal do Brasil, Müller Martini, Rotatek Brasil, SRS, Solna do Brasil, Sun Chemical, Technotrans e T. Janér.

 

Informações e Contatos:

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