Por Jorge Maldonado

Alterações nos sistemas econômicos têm diversas origens que não são sempre realizadas só por mudanças tecnológicas. A história da humanidade demonstra que acontecimentos que provocam muita dor para a humanidade provocam essas mudanças.

A segunda revolução industrial aconteceu em um período onde o mundo esteve submetido à Primeira Guerra Mundial em 1914, a grande depressão de 1929 e a Segunda Guerra Mundial em 1940, quando grandes avanços foram de enorme benefício para o mundo, como o desenvolvimento do rádio e da aviação no primeiro conflito, o aparecimento das teorias de John Maynard Keynes na depressão e a implantação do serviço de ambulâncias e até a aplicação em massa de antibióticos na Segunda Guerra Mundial.

Hoje, na atualidade, a humanidade enfrenta um novo desafio com a pandemia do Covid-19, provocando perda de vidas, crises sanitárias, grandes mudanças comportamentais, políticas e com certeza econômicas e que similar às descritas inicialmente, conduzira a um salto benigno para a nova sociedade.

Considerando todas as situações anteriores, soma-se mais um fator de importância: o período de confinamento de praticamente todas as comunidades no mundo obrigou a implementar trabalhos em casa chamados home office, o incremento do estudo à distância (EAD), a solicitação de serviços por entrega e outras, que permitiram realizar estas tarefas sem necessidade de contato físico e mantendo o distanciamento social, para evitar o contagio da pandemia.

Tudo isto demonstrou a importância dos sistemas digitais quando estão conectados em rede. Foi através deles a realização de todas as atividades antes descritas. A tecnologia, além de demostrar sua relevância, deu um impulso para se aperfeiçoar e num curto período de tempo o que também vai permitir a aceleração da quarta revolução industrial e que permitirá a implantação definitiva da indústria gráfica 4.0.

As OEM da indústria gráfica aplicando a Lei de Say

Jean Baptiste Say, economista francês que viveu entre os séculos XVIII e XIX, falou que “a oferta cria sua própria demanda”. Na Europa, berço das novas tecnologias que indicam o norte da indústria gráfica mundial, os governos relacionam a saída após pandemia aos investimentos massivos em economia verde, destinando 91 bilhões de euros ao aprimoramento de eficiência energética, 25 bilhões para energia renovável, 20 bilhões para transporte via veículos elétricos e mais de 60 bilhões para trens que não poluam.

A indústria mundial vai no mesmo sentido, em que o controle de desperdícios e resíduos ganha cada vez maior importância, já que é a mesma sociedade que exige um compromisso maior com a sustentabilidade. As OEM (Original Equipment Manufacturer) ou fabricantes de bens de capital, intensificaram seus avanços na tecnologia relacionada à quarta revolução industrial, devido à utilização prioritária das redes na nuvem, que evitam a manipulação dos produtos (muito importante em época de pandemia), e que faz uma cadeia de produção mais eficiente via eliminação de desperdícios.

Porém, o maior dos incentivos para a implantação desta nova revolução industrial, sem lugar para dúvidas, serão os benefícios governamentais, via emissão de créditos, exceção de impostos e outros, que permitirão uma adoção desta nova indústria em uma forma mais rápida e que em definitiva não se limitará à Europa e irá a todo o resto do mundo, reiterando assim a Lei de Say, em que a oferta de novas tecnologias para a indústria gráfica criaram sua própria demanda.

Por Jorge Maldonado, diretor da Vima Graphics e diretor da ExpoPrint Latin America 2022