Após dois meses de coleta de dados, a “Pesquisa Impressões 2021 - Impactos financeiros e microeconômicos nas gráficas em 2020” divulgou seus resultados na noite do último dia 24 de março. Coordenada pelo professor José Pires de Araújo em conjunto com o time do Boas Impressões, a pesquisa dará mais subsídios ao profissional gráfico na tomada de decisões.
 
A divulgação ocorreu em uma live com suporte da Live Business APS, empresa especializada na organização de eventos virtuais. O início foi com Alexandre Keese, diretor da APS Eventos Corporativos, dando boas-vindas ao público e ressaltando a relevância de estarmos sempre atentos aos movimentos do mercado.
 
Em seguida, Paulo Addair, responsável pelo Paponet, que também deu grande suporte para que a pesquisa acontecesse, falou sobre o surgimento e evolução dessa importante ideia e passou a palavra ao professor José Pires de Araújo, que ressaltou que a pesquisa também contou com o suporte do time do Boas Impressões, composto por João Leodônio, da Pari Sublimação, e Robson Xavier de Carvalho, da Cor & Processo.
 
Pesquisa Boas Impressões
 
A “Pesquisa Impressões 2021 - Impactos financeiros e microeconômicos nas gráficas em 2020” foi desenvolvida pelo núcleo de pesquisa Boas Impressões e tinha com objetivo entender a situação atual das gráficas no Brasil, especialmente as de menor porte. Mais de 250 empresas responderam o questionário, que era anônimo, entre os meses de fevereiro e março deste ano.
 
Foram 17 estados participantes, sendo a maioria dos respondentes no Sudeste (57%). Em seguida Nordeste (22%), Sul (21%), Norte (8%) e Centro Oeste (1%). Em cargos, 69% eram sócios-diretores de suas empresas, mostrando o alto grau de tomada de decisão dos entrevistados.
 
Na parte de segmentos, liderou impressos promocionais, com 23%, depois vieram embalagens com 16%, editorial (14%), rótulo e etiquetas (10%), envelopes (8%), cadernos (4%), pré-impressão (4%), sublimação (1%) e cartões transacionais (1%), além de outros (11%). No número de empregados, 43% possui de 0 a 9 empregados; de 10 a 49 funcionários foram 33%; de 50 a 249 funcionários 33%; e 4% possuindo mais de 250 funcionários.
 
Quando perguntados sobre quanto foi o faturamento em 2020 na relação com o ano anterior, cerca de 1/4 disse que foi menos de 40%; cerca de 20% disse que conseguiu superar 100%, ou seja, faturou mais em 2020 do que em 2019. Já na parte de endividamento da empresa, as gráficas disseram em sua maioria (52%) que o que pesa são impostos e taxas, e só depois endividamento em bancos (22%) e fornecedores (20%).
 
Entre os entrevistados, 25% disseram que não houve necessidade de contratar empréstimos ou financiamentos dos recursos liberados pelo governo federal durante a pandemia, 35% relataram que solicitaram e não tiveram retorno ou não conseguiram; e 40% contrataram empréstimos ou financiamentos dos recursos.
 
Um dos pontos mais interessantes esteve na pergunta: devido à pandemia de Covid-19, a empresa foi obrigada a demitir empregados? 18% respondeu que não demitiu ninguém; 6% que não demitiu e está contratando; 18% não demitiu e nem tem intenção em demitir; 18% que demitiu mas era algo programado; e 40% dizendo que foi uma demissão necessária e não programada.
 
Para o professor José Pires, esse é um dado positivo, porque foi possível notar que o empregador fez de tudo para não demitir o colaborador. Outro dado interessante é que 75% concorda que o próximo ano será de melhoria da economia e em seu faturamento.
 
Sobre pensamento em investimento, a grande maioria pensa em investir neste ano. O líder nesse quesito foi equipamentos de acabamento, com 27%; logo depois, impressão digital com 19%; seguida por desenvolvimento dos profissionais (17%), ERP (11%), impressão offset (10%), softwares de pré-impressão (6%), impressão flexo (6%) e pré-impressão (4%).
 
“Vejo uma tendência em embalagem ao olhar no número de equipamentos para acabamento, pois muita gente vem migrando para essa área”, disse o professor Pires. Outro dado interessante é que, na pergunta: “você pretende trabalhar com outra tecnologia em sua empresa?”, o não venceu por uma pequena margem. A pesquisa pode ser acessada em: www.boasimpressoes.com/episodios/resultado-da-pesquisa-impressoes-2021.
 
Considerações
 
Alexandre Keese, diretor da APS Eventos Corporativos, destacou: “Adorei a pesquisa e os dados que ela nos forneceu. Quando olhamos que muita gente conseguiu segurar os empregos e até contratar, este é um número muito forte. Gosto de ver que o mercado está otimista, algo intrínseco do brasileiro. E muito bom ver que dois terços da indústria têm interesse em investir. É uma pesquisa com enorme potencial”.
 
Richard Möller, diretor da Afeigraf (Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Inumas para a Indústria Gráfica), falou sobre os resultados: “Para a Afeigraf é uma satisfação ajudar esse tipo de iniciativa que traz uma fotografia importante de um momento de transformação. Também me chamou a atenção o baixo número de demissões e a visão otimista do mercado”.
 
Para o diretor da Andigraf, Roberto Moreira, “ficamos felizes em captar um bom número das regiões Norte e Nordeste e queremos ampliar ainda mais esse número nas próximas pesquisas. Os dados ficaram dentro do que estávamos esperando, especialmente na questão do endividamento. Acreditamos que o gráfico é bem resiliente e quer continuar, por isso vemos a quantidade de investimento em tecnologia”.
 
Representando o Instituto CCA, Eduardo Azevedo destaca: “Alguns aspectos me chamaram muito a atenção. O primeiro que mostra o otimismo, mas faço uma provocação ao dizer sobre os 62% que pretendem fazer investimento em maquinário, enquanto pouco mais de 1/4 deles pretende investir em capital humano e gestão de indicadores. Isso traz, de certa forma, uma falta de aproveitamento dos recursos da empresa. Outro ponto, este positivo, é a reticência do mercado gráfico em demitir, e acompanhando as gráficas, eu vi as demissões muito mais restritas pelo grau de compactação da empresa”.
 
Parte do time Boas Impressões, João Leodônio agradeceu todos que ajudaram a repercutir a pesquisa e disse: “Fiquei feliz com o resultado da pesquisa e vejo que nosso objetivo foi atingido, não só pela quantidade e nível das respostas, mas porque ficou entendível para todo mundo. Agradeço a todos pela dedicação”.
 
Robson Xavier de Carvalho, da Cor & Processo, também faz parte do Boas Impressões e mencionou colegas que ajudaram na pesquisa, relatando: “Tivemos parceiros que responderam e pediram que colegas gráficos respondessem. E o fato dela ter sido anônima foi muito bom para que todos tivessem tranquilidade em responder. Esperamos que a partir desse momento o empresariado gráfico entenda o valor de uma pesquisa. Fizemos para o nosso ecossistema”.
 
Balanço da pesquisa
 
O professor José Pires de Araújo falou sobre o balanço da Pesquisa Impressões: “Fazer esta pesquisa é um sonho meu de alguns anos, foi muito bom para fornecer o retrato atual das gráficas brasileiras, mostrar como elas passaram 2020 e como pensam que será o ano. Isso tem uma importância enorme para o empresário, fornecedores, entidades, podendo alinhar atitudes em cima disso”.
 
Pires reforça que o objetivo dessa pesquisa foi olhar para as gráficas menores, que muitas vezes carecem de números para basear suas decisões. Entre os números que mais se destacaram, o professor considera que foi a de demissões. “A maioria não demitiu. Isso mostra a importância da mão de obra qualificada dentro da indústria gráfica. E isto é fundamental hoje, porque todos precisam ter uma expertise, uma habilidade, e muitas vezes isso acaba sendo desenvolvido dentro da própria empresa pois infelizmente não temos escolas gráficas por todo o Brasil, apenas em alguns pontos”.
 
Há alguns anos, prossegue, haviam muitas vagas abertas e que não eram preenchidas por falta de mão de obra qualificada suficiente no mercado. “Há a necessidade de manter o funcionário dentro de sua casa, preparado e motivado para trabalhar”. Além de disponibilizar a pesquisa na íntegra, outros materiais devem ser produzidos em breve tendo os dados como base.
 
Paulo Addair também fez suas observações: “Essa pesquisa é uma iniciativa do professor que há algum tempo queria fazer a pesquisa. Dentro do Paponet temos um programa quinzenal que é o Boas Impressões, e lá começamos a gerir a ideia da pesquisa e vamos avançar, pois criamos um núcleo de pesquisa. Focamos na micro e pequena empresa porque eles foram mais impactados por esse período de pandemia”.
 
Para Addair, três pontos chamaram a atenção: “A primeira preocupação foi ver que os impostos tiveram um impacto maior no endividamento do que os bancos, isso é sintomático de uma economia que precisa revisitar questões fiscais. O segundo ponto é a questão da não demissão, essa resiliência em não dispensar. E, por fim, a maioria não pensar em mudar de tecnologia ou ramo, mostrando que apesar da dificuldade os gráficos querem continuar com o que estão fazendo”.
 
Plataforma Live Business APS
 
Durante toda a divulgação da pesquisa, a robusta estrutura da plataforma Live Business APS colaborou para a rápida transição entres os convidados que deram seus depoimentos, além da facilidade para apresentação da pesquisa e seus dados, e interação entre os participantes da live e o público.
 
O professor José Pires de Araújo falou sobre a plataforma: “A plataforma Live Business APS é um sonho de consumo. Tivemos um suporte extremamente profissional do começo ao fim, um trabalho excepcional em uma plataforma estável e muito boa para se apresentar, com uma equipe muito competente por trás. Dou aula ao vivo e nunca tinha visto algo assim. A Live Business APS foi fundamental na apresentação da Pesquisa”.
 
Paulo Addair também citou como foi atuar com a plataforma: “Tivemos um conforto enorme ao trabalhar com uma plataforma como a Live Business APS. Tivemos um backstage garantindo que toda a transmissão pudesse ocorrer perfeitamente, com todos os cortes e transições. Foi muito prazeroso e super importante para nós consolidarmos essa parceria”.