Para celebrar o Dia da Indústria Gráfica no dia 24 de junho, a ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica), a Abigraf Nacional e as Abigrafs Regionais promoveram um evento com uma série de atividades durante todo o dia.

O primeiro deles foi o webinar e lançamento do livro Indústria 4.0 - uma abordagem histórica, tecnológica e econômica, escrito pelo professor e especialista do setor, Jorge Maldonado, que é também diretor da Afeigraf e da ExpoPrint & ConverExpo.

Com apoio de ABTG, APS Eventos Corporativos e Afeigraf, você pode baixar o exemplar gratuitamente em: www.apseventos.com.br/livro-maldonado

Webinar

Carlos Suriani, diretor da ABTG, e Sidnei Anversa Victor, diretor da Abigraf Nacional, deram as boas-vindas aos presentes e ressaltaram a relevância de debater tecnologia para sairmos da crise mais fortes. “Períodos assim trazem melhorias tecnológicas, melhorias de processos e vamos tirar lições dessa crise. Não está fácil, mas se trabalharmos juntos, teremos um futuro melhor”, disse Suriani.

Iniciando o webinar, Jorge Maldonado falou das mudanças de hábito de consumo da sociedade e com a pandemia, muitos pontos mudaram: “O que observei na pandemia foi como as organizações civis se organizaram em diferentes setores da sociedade para levar ajuda. Todas nossas associações correram para entregar orientações para todos os agentes do setor gráfico”.

A cerimônia contou com convidados, como Oziel Bianchini, diretor da ABTG; Ismael Guarnelli, diretor da APS Eventos Corporativos e organizador da ExpoPrint & ConverExpo Latin America 2022; Miguel Troccoli, diretor da ABFLEXO/FTA-Brasil; e Paulo Faria, membro da Afeigraf.

Os participantes fizeram vários questionamentos a Maldonado, como quais são os pilares da Indústria 4.0 e como fazer a sua integração dentro da indústria gráfica especialmente com sua cadeia de suprimentos - não só os equipamentos e softwares, como também tintas, mídias e outros elementos.

Maldonado mostrou como unir os dados de cada item do processo de impressão e cada setor da empresa para obter o máximo de eficiência, rompendo com os “silos” que muitas vezes separam esses setores e processos. Outro ponto citado foi a importância do treinamento do time e como as entidades do setor vêm dando esse suporte.

Jorge Maldonado falou da criação do conceito da Indústria 4.0 e os pilares do conceito: robôs autônomos, simulação, sistemas de integração vertical e horizontal, internet industrial das coisas, cibersegurança, a nuvem, manufatura aditiva, realidade aumentada e Big data analítico.

O especialista listou benefícios às organizações que buscam se adaptar à Indústria 4.0. Elas conseguem compartilhar os dados dos diversos sistemas envolvidos na produção, com uma integração não só interna, como também externa, com os fornecedores e com o cliente, tem a possibilidade da própria máquina tomar decisões por conta própria tendo como base os dados colhidos em tempo real, o produto pode ser perfeitamente rastreado durante toda sua vida, entre outros prontos.

Ou seja, a Indústria 4.0 vem para modificar todo o fluxo de trabalho, com a capacidade da nuvem de deixar todos os agentes (agência, gráfica, cliente final e até, se necessário, fornecedores) totalmente inteirados sobre o que acontece em cada passo da impressão, desde o pensamento do design, a confecção da prova, as aprovações necessárias, os recebimentos do arquivo, as otimizações na pré-impressão, como ajuste de cor e preparação do arquivo, a verificação dos insumos até chegar na impressão em si, acabamento e depois logística de entrega.

Inclusive, é preciso lembrar outro cenário atual com participação do web to print, com a possibilidade do cliente entrar no site, fazer o pedido e já ter a cotação para aprovar o pedido. Isso possui toda uma inteligência por trás.

Todo esse tipo de novas tecnologias têm relação direta com o que foi dito acima sobre treinamentos. Historicamente, verificou-se que toda mudança tem um impacto na mão de obra, especialmente na que não é especializada. Aí entram as associações, que promovem cursos para transmitir o conhecimento sobre essas inovações.

Debate

Os participantes ofereceram um conteúdo bem especial durante o webinar. Miguel Troccoli destacou que as máquinas estão chegando ao mercado bem automatizadas, com controle digital de dados e da produção, mas o problema é que quando este equipamento entra na gráfica, o time não está preparado para aproveitar tudo que a máquina pode oferecer. Ou seja, mesmo com uma máquina nova, trabalha-se de forma tradicional.

Paulo Faria relatou que, como diretor no Brasil da Koenig & Bauer, a companhia abriu portas para demonstrações via videoconferência. Ele considerou que há um campo enorme para isso e os treinamentos foram muito mais eficientes virtualmente, pois as pessoas conseguiram fazer em suas empresas ou casas, sem deslocamentos, sem voos e cansaço, e ainda podendo treinar vários profissionais de uma vez só. Um técnico na Alemanha, com seu celular, pode proporcionar tudo isso.

Ismael Guarnelli frisou que para entender e ver a Indústria 4.0, há iniciativas como o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica e a Conferência Intercontinental de Flexografia, ambos organizados pela APS Eventos Corporativos com realização respectivamente da ABTG e da ABFLEXO/FTA-Brasil. E ambos serão virtuais em 2021, podendo atingir mais pessoas. Além, claro, da ExpoPrint & ConverExpo Latin America, o maior evento de impressão das Américas onde as tecnologias estarão em demonstração ao vivo em São Paulo.

Jorge Maldonado destaca que o momento é de uma grande oportunidade, relatando que a Indústria 4.0, que ainda levaria anos para se consolidar, sofreu uma enorme aceleração com a pandemia, amplificando de forma exponencial e com os fabricantes implantando a revolução industrial em suas instalações. E a ExpoPrint, frisou, será a grande oportunidade para que todos possam ver as novidades que a indústria traz.

Miguel Troccoli frisou ainda as enormes oportunidades no segmento de embalagem, rótulo e etiqueta. E mais: que a produção nacional já é tão boa ou superior ao que é visto na Europa e nos Estados Unidos. Nossas clicherias são reconhecidas entre as melhores do mundo. E a aceleração vista no mercado refletiu também em todo o processo, como no acabamento.

Outro ponto debatido foi o retorno sobre investimento. Paulo Faria viu uma mudança nos últimos anos na qual boa parte dos empresários não tem mais a necessidade de aumento de capacidade. Então a mentalidade vem em substituir uma ou duas máquinas para uma que seja mais produtiva. Ou seja, não é mais aumento de capacidade, é otimização e eficiência.

Na outra parte, devemos ter novidade no mercado em financiamento verde. Faz todo sentido que um banco incentive uma empresa que vai comprar uma máquina que vai emitir menor pegada ambiental, que tenha um benefício direto ao meio ambiente, e devemos ter novidades. E bancos estão de olho nisso. As marcas que clientes atendem também têm interesse nisso, que fornecedor tenha abordagem verde.