O 3º Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica bateu todas as suas marcas de público e levou conteúdos de alto nível aos 280 participantes, que esgotaram as vagas do evento uma semana antes de seu início. Com o tema “Impressão Digital: o futuro é agora!”, reuniu empresários e técnicos de impressão de todos os cantos do Brasil para um dia de discussão sobre o panorama e a evolução dessa tecnologia fundamental para a indústria.
 
A iniciativa é uma parceria da APS Eventos Corporativos e Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG). Durante todo o dia, oito especialistas da indústria de impressão transmitiram seus conhecimentos com o índice máximo de aceitação do público presente. Foi a comprovação que o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica entrou no mapa dos grandes eventos na área de impressão. Tanto que sua quarta edição já está confirmada para o dia 20 de agosto de 2020, com o tema “Gestão da Tecnologia e da Inovação”.
 
Para o presidente da ABTG, Carlos Suriani, “Sucesso é pouco para classificar este 3º Congresso, que teve como tema central a impressão digital. Foi a primeira vez que tivemos as inscrições esgotadas e todos os lugares tomados, prova de que o Congresso Internacional definitivamente entrou para a agenda de nosso setor! Mais importante que a quantidade de pessoas, quero ressaltar que a qualidade e nível técnico dos profissionais que estiveram reunidos foi o que fez a diferença e isto foi percebido de imediato pelos patrocinadores que, além de muito satisfeitos, alguns até já renovaram para o próximo ano!”. 
 
Suriani prossegue: “Este foi o Congresso de maior alcance que já promovemos. Percebemos um número crescente de profissionais de outros estados como Maranhão, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Brasília e Brasil afora. A principal lição que tiramos de tudo que nos foi apresentado é que, tendo ou não impressão digital dentro de nossas plantas, o mais importante é pensar como digital, ter workflows automatizados, lançar mão de softwares que digitalizam os processos e os tornam mais ágeis para que possamos alimentar nossas máquinas de impressão e acabamento cada vez mais velozes”.
 
O presidente da APS Eventos Corporativos, Ismael Guarnelli, relata o crescimento da iniciativa: “A cada ano, estamos observando um aumento de quantidade nos inscritos, que mais uma vez encerraram todas as vagas dias antes do evento acontecer. E a qualidade das palestras foi algo espetacular, um conteúdo de nível realmente elevado. Estamos extremamente felizes com a próspera parceria com a ABTG e estamos pensando em como evoluir ainda mais na próxima edição do evento, já confirmada para o ano que vem”.

Conteúdo atual e transformador
 
O Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica 2019 foi apresentado pelo conselheiro da ABTG, Francisco Veloso Filho. Ele iniciou tratando da relevância que o evento conquistou no mercado. Destacou o alcance do evento, com participantes, além de São Paulo, do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Amazonas.
 
O diretor técnico da ABTG, Manoel Manteigas, revelou o tema do próximo ano e deixou claro: “Vamos falar sobre como estar mais preparados para enfrentar os desafios do mercado. Tecnologia não é um fim em si mesma mas um meio. A sua gestão deve ser motivo de planejamento estratégico. Algo a se pensar desde já é: os equipamentos mais importantes de qualquer empresa são os cérebros do seu time”.
 
O presidente da ABTG, Carlos Suriani, destacou os 60 anos de história da entidade e as lutas pelo desenvolvimento do setor gráfico. Pela APS Eventos Corporativos, quem falou foi o diretor Alexandre Keese, agradecendo a parceria com a ABTG e reforçando o quão importante é um momento de sentar para debater o mercado como é o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica. Durante o evento, foi feita uma homenagem a Hamilton Terni Costa, que já foi presidente da entidade e tem um histórico de atuação dentro do ramo gráfico.

O panorama da impressão digital
 
A primeira palestra do dia foi com a norte-americana Pat MacGrew, que ofereceu um panorama da indústria de impressão atual, tendo como base as tecnologias inkjet e toner. Ela tem um trabalho de 30 anos ajudando profissionais e empresas a se tornarem melhores e mais eficientes.
 
Ela transmitiu números, tecnologias e ideias para o futuro, mostrando o quanto o mercado e os serviços estão mudando, e o que o profissional precisa fazer para ser o mais competitivo possível. “As tecnologias toner e inkjet não competem entre si, são complementares. Ambas são extremamente importantes”.
 
Pat relatou a “explosão” em inkjet para pequeno e grande formato, com sinalização, têxtil e embalagem. O jato de tinta já é forte no mercado, com algumas drupas sendo a “drupa do inkjet”, inovando em velocidade, qualidade, versatilidade e lucratividade. Porém, também vê avanço no toner, mesmo que em menor escala, especialmente pela possibilidade de uma quinta estação para cinco cores, dando condições únicas para neon, verniz localizado, cores especiais, etc.
 
MacGrew trouxe um aviso fundamental: ao fazer um novo investimento em tecnologia (hardware ou software), o empresário precisa olhar cuidadosamente e verificar se esta é a solução certa para atender os seus clientes, visando maximizar as margens do seu negócio. “Eu posso comprar a impressora porque ela é mais rápida, tem acabamentos interessantes, mas como eu vou vender o que ela faz? Nosso conselho é que vocês busquem entender como o mercado vai se beneficiar de tais capacidades. Se comprar uma máquina rápida, seu workflow consegue lidar com ele? Busque quem queira o que sua impressora produz”, diz.
 
Outro ponto de grande relevância: o time de vendas da gráfica precisa saber vender o produto. A gráfica muitas vezes possui equipamentos/tecnologia que produzem itens fantásticos, mas os vendedores não são treinados e capacitados para entenderem essas possibilidades e informarem os compradores. “É preciso que marketing e vendas entendam tudo que é possível produzir para conseguir vender mais”, explica Pat.
 
Pat MacGrew relatou áreas onde se vê crescimento, como no mercado de livros, contando que as novas gerações gostam de livro impresso. E finalizou relatando o quão importante é o pensamento estratégico dentro de uma gráfica, com etapas de manufatura inteligente buscando produtividade ao máximo, otimizando todas as etapas de produção.
 
“Você precisa eliminar ineficiências e minimizar erros, não perder dinheiro em retrabalhos ou falhas no workflow. Conheça sua organização e o que está acontecendo. Não adianta pagar pelo software, mas não usar todos os recursos que ele oferece. Olhe em seu ambiente de impressão e veja o quão eficiente o seu fluxo de trabalho está”, finalizou Pat MacGrew.
 
Impressão digital transformando a arquitetura

O arquiteto Eduardo Oliveira expandiu a mente dos participantes mostrando a infinidade de opções que a impressão digital é capaz de produzir no mercado de personalização na arquitetura. Ele mostrou uma série de processos com a impressão como uma opção especial de ambientação arquitetônica, transformando ambientes de forma direta ou integrada com outros materiais.
 
O especialista reforçou que o material impresso precisa estar dentro da cultura do processo arquitetônico, que se integre perfeitamente ao local, explicando a diferença entre comunicação funcional, comunicação de marketing e ambientação arquitetônica. Ou seja: é ir além de apenas imprimir, é pensar, planejar e dar ao elemento gráfico o seu papel real e valioso dentro do projeto criativo.
 
Ele trouxe cases em que cada ambiente, externo ou interno, foi pensado com sua comunicação específica, sempre com uso de alguma forma de impressão - vinil, acrílico, tecido, vidro, etc. O objetivo é transformar a relação das pessoas com o ambiente, passando uma linguagem criativa e/ou funcional. As peças informam, decoram e algumas possuem até funções de auxílio na acústica, ou seja, cada criação tem uma pertinência específica e pode ser usada em áreas culturais, comerciais, residenciais ou de lazer. Ela precisa ser pensada conforme o ambiente em que está, planejando resolução, qualidade da impressão, resistência a áreas externas e outros desafios.
 
As alternativas na pós-impressão digital
 
Sandra Rosalen apresentou uma palestra realmente impressionante e demonstrou todo o seu conhecimento sobre o mundo da impressão. Mestre e doutoranda pela Universidade de Wuppertal, Alemanha, onde desenvolve carreira como pesquisadora científica na cadeira de pós-impressão e embalagens, a especialista relatou o que vem observando em pós-impressão.
 
Ela iniciou com um dado muito relevante: cerca de 90% das empresas de impressão, quando compram uma impressora, não planejam a integração dos sistemas de pós-impressão a esse equipamento. Sandra relatou ainda que, ao se trabalhar com equipamentos de impressão digital e linha de acabamento estruturada para processos analógicos, há uma perda de até  50% de produtividade geral da linha.
 
A especialista mostrou as bases mercadológicas por trás da impressão digital e da pós-impressão, suas estruturas tecnológicas, características que causam um impacto na pós-impressão digital, o estágio de desenvolvimento dos equipamentos atuais, fazendo um claro comparativo de velocidade e produtividade na relação com equipamentos inkjet e toner disponíveis atualmente no mercado, e os desafios e oportunidades que a pós-impressão digital pode oferecer.
 
Sandra, que foi aluna do Senai Theobaldo de Nigris, falou de nichos em crescimento que o digital pode ajudar com a pós-impressão, como no mercado sob demanda, nas baixas tiragens, em dados variáveis - fotolivro e embalagens personalizadas, por exemplo. Lembrou que hoje os produtos necessitam ser rastreados durante o seu ciclo, da produção à entrega, e equipamentos digitais ajudam no processo. Ela foi mais uma que frisou a fundamental relevância da automação como base de crescimento na eficiência das companhias. E finalizou aconselhando os empresários - gráficos e fornecedores - que pensem nas questões relacionadas à sustentabilidade dentro de seus processos produtivos.
 
O mundo digital alavancando a impressão
 
Edson Benvenho iniciou as palestras da tarde no Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica mostrando como a impressão digital pode se integrar ao mundo digital, aproveitando-se de conceitos transformadores como a realidade virtual e a realidade aumentada.
 
O empresário conta que começou a se interessar pelo tema há alguns anos, quando pensou “como deixar nosso impresso mais inteligente?”. O time foi ao exterior na busca por tecnologias que agregassem um valor diferencial ao impresso, descobrindo a experiência de ir além da impressão. A partir daí, Benvenho passou a oferecer aos clientes vídeos 360º, ambientes virtuais em 3D, gamificação, apresentações de ambientes, tudo com o apoio do impresso.
 
Na realidade Virtual, é possível “entrar” no ambiente em 360º com o uso dos óculos. Já na realidade aumentada, o conteúdo “sai” do impresso com o uso de dispositivos móveis (normalmente online, mas também possível de forma offline), sempre visando a maior comunicação com o cliente - e de forma mais acertada, pois é possível registar o número de interações, quando foram feitas, de onde saíram as interações, entre outros dados. O próprio “óculos” de realidade virtual pode ser feito com papel cartão impresso.
 
“A internet não é concorrente, é aliada. É preciso conhecer a tecnologia e explorar o meio de negócio”. Benvenho deu uma série de exemplos do uso das novas tecnologias: o imã de geladeira que gera vídeos de promoção quando um celular é aproximado; a loja de móveis que mostra a escala real da mobília que comercializa através do aplicativo; o vídeo com a forma correta de utilizar um produto e muitas outras formas de aproveitar os benefícios das inovações. “O cliente busca soluções. E nós, como gráficos, precisamos levar as soluções. É preciso estratégia de marketing, aprofundar o conhecimento do usuário e não pensar só em imprimir: é interagir”, finalizou.

O gerenciamento de cores na impressão digital
 
O especialista em gerenciamento de cores, Bruno Mortara, passou o panorama das normas técnicas sobre cor no mercado de impressão e como o digital vem se adaptando aos conceitos já estabelecidos para alcançar uma melhor padronização das cores na produção dos materiais oferecidos aos clientes.
 
Mortara lembrou que há normas técnicas na área de impressão, mas elas não são voltadas para a impressão digital em grandes formatos, algo que ainda falta dentro da indústria. “Qual vai ser meu magenta, quais serão minhas secundárias, qual será meu ganho de ponto? Se você não tiver algo para se basear, fica mais complicado. Quando alguém vai imprimir, necessita dos requisitos técnicos mínimos”.
 
Ele tratou das boas práticas na impressão digital, especialmente em grande formato, que têm fatores complicadores como a gama de materiais que podem ser impressos, de lona a madeira. Mortara lembrou que um fato no momento de definir as especificações é saber da distância de visualização, que terá relação direta com a resolução, variáveis que a offset normalmente não tem.
 
Mortara deu dicas de cuidados no momento da pré-impressão, calibração, RIP, criação de perfis e o entendimento sobre as qualidades de saída de impressão ao depender do objetivo daquele impresso, para atender corretamente cada demanda com eficiência e economia de recursos.

Debatendo o mercado de impressão
 
O Congresso foi finalizado com um debate com três profissionais de sucesso na indústria - e que possuem a impressão digital como parte da estratégia: o gerente de operações da FuturaIM, Felipe Augusto; o coordenador de marketing da BrasPor, Paulo Estrella Fagundes; e o master franqueado e CEO da master franquia brasileira das AlphaGraphics, Rodrigo Abreu. A mediação foi conduzida pelo professor Manoel Manteigas de Oliveira.
 
Felipe Augusto indicou que se tenha bem definido qual o tipo de cliente que se deseja atender. A empresa possui atualmente milhares de clientes por mês e conta com um pensamento diferente de logística, possuindo 2,3 mil pontos de retirada por todo o Brasil, o que resulta em um frete reduzido ao cliente final. Ele contou todas as etapas, da captação à manutenção do cliente.
 
Rodrigo Abreu falou das transformações globais, os novos tempos, as novas profissões, como a sociedade vai mudar e como estar preparado para isso. Mostrou um case de sucesso da franquia e explicou como é o trabalho com o franqueado e com os clientes da Alphagraphics, que vem avançando pelo Brasil com o conceito franchising.
 
Paulo Estrella Fagundes falou sobre preparar o comprador, pois este não é mais um especialista de impressão: é um profissional dentro da agência ou empresa que tem um entendimento mínimo - ou nulo - de questões específicas sobre tipos de impressão, papel, qualidade ou outros pontos. Por isso, a venda precisa ser o mais consultiva possível, com a equipe de marketing e vendas da gráfica preparada, auxiliando no estudo da demanda de qualidade. Ele relatou a busca de investimento em tecnologia para se manter o máximo possível atualizado, sendo um fornecedor múltiplo.

Evento com alta aprovação do público
 
O público presente aprovou plenamente o Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica. Adriano José de Souza Assis, da Bartira Gráfica e Editora, de Diadema (SP): “É muito interessante ter um congresso focado totalmente em impressão digital, pois nos aprofundamos nos conceitos desta tecnologia. Foi bem proveitoso acompanhar as palestras de hoje”.
 
Diogo Aguilera Aleixo Dias, da Primacor Gráfica e Editora, veio de Belo Horizonte (MG) e aprovou: “Estou participando pela primeira vez e foi excepcional. Estamos atentos às novidades e tendências e é sempre bom ter nossos conceitos reciclados, para levar pensamentos novos à empresa. Com certeza estarei no próximo ano aqui no Congresso”.
 
Alessandro Salvatore Caliá, da Neoflex, atua no setor de rótulos e etiquetas, em São Paulo (SP): “O Congresso foi muito interessante. Informação sobre impressão digital é sempre importante. Atuo na área de impressão de etiquetas e estou acompanhando há quase 10 anos o caminho sem volta que é o digital. O Brasil tem questões específicas, mas é questão de tempo para aqui também termos um grande aumento no uso do digital”.
 
Antonio José Simões Vieira Gameira, presidente do Singrafs, apoiador da iniciativa, relata: “Foi muito bom ver o crescimento do digital. Temos de pensar que, ao final, tudo é impressão, então sempre acabamos tirando proveito de diferentes conceitos, mesmo que não estejamos trabalhando com a tecnologia. Foi bem interessante estar novamente no Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica”.

Patrocínio e Apoios
 
O Congresso Internacional de Tecnologia Gráfica contou com o fundamental apoio de parceiros. Para Carlos Suriani: “ressalto que sem a colaboração de parceiros como Senai, patrocinadores e a APS, que teve papel fundamental nesta organização e realização do Congresso, este evento não seria possível. O 4º Congresso Internacional, com tema "Gestão da Tecnologia e Inovação”, já está em pauta. Seremos provocados a buscar novas alianças, expandir horizontes e tomar de assalto este mundo digital e colocá-lo a nosso favor, criando novas demandas, embarcando soluções em nossos impressos, para ganharmos status de fornecedores estratégicos junto a nossos clientes”. A próxima edição ocorre no dia 20 de agosto de 2020.
 
Em 2019, a iniciativa teve o patrocínio institucional de AFEIGRAF, drupa, Fedrigoni e Heidelberg. O patrocínio ouro foi da HP. O patrocínio prata foi da Ricoh. Os patrocinadores bronze foram Agfa, Canon, Chambril, Koenig & Bauer e Papirus. A iniciativa teve o apoio de Digital Printing, ExpoPrint Latin America, FESPA Brasil e Two Sides. O evento é uma realização da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e APS Eventos Corporativos. Informações em www.congressotecnologiagrafica.com.